Câmara de Jardim Olinda abre investigação de notas suspeitas da Prefeitura
Vereadores querem esclarecer os fatos que motivaram a reportagem publicada em O Diário sobre possíveis irregularidades na Prefeitura de Jardim Olinda
Vinícius Carvalho
vcarvalho@odiariomaringa.com.br
A Câmara Municipal de Jardim Olinda, composta por nove vereadores, começa a analisar, na segunda-feira (10), possíveis irregularidades em pagamentos feitos pela prefeitura daquele município. Será a primeira sessão ordinária depois da reportagem publicada em O Diário, quinta-feira (6), sobre pagamentos feitos pelo Executivo ao Auto Posto Rio Belo.
Entre novembro e dezembro de 2005, a prefeitura teria pago o valor de R$ 85,9 mil ao posto, mas a proprietária do estabelecimento afirma que não prestou o serviço nem recebeu o pagamento. A numeração das notas fiscais utilizadas para fundamentar os pagamentos coincide com o número de notas emitidas para outros clientes do posto, entre 2007 e 2008.
O presidente da Câmara de Jardim Olinda, Jalmir Soares de Medeiros (PSB), garante que o caso será investigado a partir da próxima semana. “Se forem provadas as irregularidades, é uma barbaridade. É um tapa na cara da sociedade”, descreve.
O presidente da Câmara conta que a notícia repercutiu com grande intensidade no pequeno município de apenas 1.498 habitantes. Muitas pessoas relatam que imprimiram o texto da reportagem diretamente do portal de notícias de O Diário ou compraram exemplares do jornal nos pontos de vendas mais próximos na cidade de Colorado. Jardim Olinda é o segundo menor município do Paraná.
Para o vereador Antônio Marcos Alves (PP), a Câmara ainda não teve acesso a documento algum referente aos pagamentos da prefeitura para o posto. “Temos que ver as notas que a proprietária tem em mãos e comparar com as da prefeitura. Só então poderemos fazer uma análise”, explica. Alguns vereadores providenciam cópias da reportagem impressa em O Diário na quinta-feira.
Empenhos
A reportagem apresentou ao prefeito Fernando Siroti (PMDB) a cópia de uma série de pagamentos feitos pela prefeitura - empenhos, na linguagem contábil - ao posto no final de 2005. Os empenhos teriam sido feitos para as notas fiscais que coincidem com as de despesas efetuadas apenas dois anos depois, por empresas, igrejas, consumidores individuais e até mesmo a um comitê político.
A mesma nota não poderia ser emitida para dois clientes. A proprietária do posto, Dulcilene Rodrigues, reconhece que emitiu as notas para os diversos clientes em 2007 e não para a prefeitura em 2005.
Em contraponto aos documentos apresentados por O Diário, o prefeito apresentou empenhos do mesmo período, com o mesmo valor e para o mesmo estabelecimento, mas com outra numeração de nota fiscal. Dulcilene sustenta que não recebeu ou prestou serviços da ordem de R$ 85,9 mil no final de 2005, independente da numeração das notas.
O presidente da Câmara de Jardim Olinda afirma que, caso seja aberto processo de investigação, não será a primeira vez na história do Legislativo local. Em 2007, a Câmara instalou Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para apurar perseguição política de servidor público. Um advogado concursado da Câmara foi exonerado sem justificativa e o próprio vereador Medeiros requereu a investigação do caso.
A Câmara chegou à conclusão de que o servidor realmente havia sido perseguido e reintegrou o advogado ao quadro de pessoal do Legislativo.
sábado, 8 de agosto de 2009
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